O presente artigo é uma reflexão a respeito da contextualização no
ensino da Matemática.
De acordo com Druck (2006), ex-presidente
da Sociedade Brasileira de Matemática “a qualidade do ensino da Matemática atingiu, talvez,
seu mais baixo nível na história educacional do país”.
Hoje parece ser consenso geral a
necessidade de ensinar de forma contextualizada. Muitos acham que contextualizar é encontrar aplicações
práticas para a Matemática a qualquer preço. Desta concepção resulta que um conteúdo que não
se consegue contextualizar, não serve para ser ensinado.Logo nas primeiras séries do
ensino fundamental é possível verificar alunos representando a Matemática como disciplina difícil; por
outro lado os professores afirmam que a Matemática é difícil de ser ensinada de uma maneira que
facilite a compreensão dos alunos. Através disso, é possível constatar que a Matemática está
impregnada de crenças e mitos que foram sendo construídos num processo de relações, por
meio das representações que se tem a respeito dela.
Em Matemática, a contextualização é um
instrumento bastante útil, desde que interpretada numa abordagem mais ampla e não empregada de
modo artificial e forçado, e que não se restrinja apenas ao cotidiano do aluno. Defende-se a
idéia de que a contextualização estimula a criatividade, o espírito inventivo e a
curiosidade do aluno.
“Contextualizar a Matemática é essencial
para todos. Afinal, como deixar de relacionar os
Elementos de Euclides com o panorama
cultural da Grécia Antiga? Ou a adoção da numeração indo-arábica na Europa como florescimento
do mercantilismo nos séculos XIV e XV? E não se pode entender Newton descontextualizado.
(...) Alguns dirão que a contextualização não é importante, que o importante é reconhecer
a Matemática como a manifestação mais nobre do pensamento e da inteligência humana... e
assim justificam sua importância nos currículos”
A partir destas colocações pode-se entender que existe uma aversão dos alunos em relação à Matemática e isso, muitas vezes se dá porque os conteúdos matemáticos são apresentados de uma forma, geralmente difícil de ser compreendida pelo aluno.
“A insatisfação revela que há problemas a serem enfrentados, tais como a necessidade de reverter um ensino centrado em procedimentos mecânicos, desprovidos de significados para o aluno. Há urgência em reformular objetivos, rever conteúdos e buscar metodologia compatíveis com a formação que hoje a sociedade reclama.”
“Não é mais possível apresentar a Matemática aos alunos de forma descontextualizada, sem levar em conta que a origem e o fim da Matemática é responder às demandas de situações-problema da vida diária.”
Sendo assim, o objetivo ao utilizar a contextualização, seria o de criar condições para uma
aprendizagem motivadora, que leve a superar o distanciamento entre os conteúdos estudados e a experiência do aluno, estabelecendo relações entre os tópicos estudados e trazendo referências que podem ser de natureza histórica, cultural ou social, ou mesmo dentro da própria Matemática. Só que para que isso aconteça, é necessário que o professor esteja preparado para reconhecer as oportunidades de trabalho.
http:/www.ucb.br
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